segunda-feira, 29 de novembro de 2010

. Não quem sou, mas quem estou

Se mulher, versão 1,60m acima do peso, cabelos pelo ombro quimicamente modificados junto de uma franja charmosa. Muitas palavras na boca, um fígado trincado, pés inquietos por novos lugares. Roupas fora da moda, qualquer uma que ainda mantenha em liberdade os movimentos. Sou falsa e adoro falso moralismo. Amigos que ficam, foram e os que chegam. Amo qualquer um que me pague uma boa cerveja e troque meia dúzia de palavras. O coração pulsa e os segundos correm.


Se homem, versão 1,80m-e-todos, moreno, alto, bonito e sensual. Brilhantes olhos esmagadinhos, um sorriso iluminado. Da descendência indígena, cabelos jogados a própria sorte e todo charme-sedução para organizá-los. Um skate no pé, sem fé para remar. Idéias... todas nas minhas mãos que transpiram de ansiedade. Um copo, um som, um filtro vermelho para tragar. Mentirinhas pela noite inteira só para encantar.


Se hermafrodita, a junção dos filhos de Hermes e Afrodite, amor. Sempre uma nova história para contar regada a gelados copos entre corpos emaranhados. Sonhos todos para fantasiar: uma casa, um lar, crianças porretas e revolucionárias. A mamadeira de leite em pó misturada com a cerveja na geladeira. O professor do Kama Sutra para a terceira idade e a velhinha de cabelos longos naturalista. Em estado de êxtase eterno.